
Alemanha vira sobre a Irlanda do Norte e alivia a pressão nas Eliminatórias
Pressionada e atrás no placar depois de um belo chute de Isaac Price, a Alemanha reagiu no segundo tempo e venceu a Irlanda do Norte por 3 a 1, em 7 de setembro de 2025. O resultado era mais do que necessário: depois de atuações irregulares, a seleção de Julian Nagelsmann precisava mostrar controle e personalidade. Conseguiu. Florian Wirtz esteve entre os protagonistas da virada, que recolocou a equipe nos trilhos das Eliminatórias da Copa 2026.
O primeiro tempo teve cara de armadilha. A Irlanda do Norte compactou as linhas, forçou duelos físicos e explorou bolas longas e transições rápidas. A Alemanha sentiu. Faltou ritmo entre as linhas e profundidade pelos lados. A sensação de time "nas cordas" não era exagero. Ainda assim, a equipe conseguiu se manter viva para tentar a correção depois do intervalo.
Ela veio. O time alemão voltou mais agressivo, encurtou o campo e acelerou a circulação da bola. Com mais paciência na posse e melhor ocupação de espaço entre meias e atacantes, a pressão surtiu efeito. Wirtz apareceu no terço final com mobilidade e boa tomada de decisão, e os companheiros se aproximaram para transformar domínios em chances reais. A Irlanda do Norte, que vinha bem nos duelos, começou a correr atrás e perdeu o controle da área.
O jogo virou de duelo físico para controle técnico. A Alemanha ganhou segundas bolas, trocou passes com segurança e não se expôs como no início. A Irlanda do Norte ainda tentou responder com bolas paradas e cruzamentos, mas faltou sequência para transformar isso em ameaças claras. No apito final, a vitória por 3 a 1 premiou a equipe mais sólida no geral e, de quebra, baixou o volume das cobranças sobre Nagelsmann.
Como fica o grupo e o que muda para as próximas rodadas
O resultado mexe diretamente na fotografia da tabela. A Eslováquia lidera com 6 pontos em 2 jogos. Alemanha e Irlanda do Norte somam 3 pontos em 2 partidas e ficam empatadas, enquanto Luxemburgo segue zerado. É cedo para cravar tendências, mas os primeiros movimentos já mostram um grupo competitivo, sem espaço para desperdício.
- Quem lidera: Eslováquia, 6 pontos (2 jogos)
- Zona de perseguição: Alemanha e Irlanda do Norte, 3 pontos (2 jogos)
- Lanterna: Luxemburgo, 0 ponto
O peso da vitória vai além dos números. Para Nagelsmann, o jogo serve como referência do que funciona quando o time encontra equilíbrio: mais intensidade sem a bola, amplitude para abrir defesas fechadas e protagonismo dos jovens em parceria com jogadores experientes. A resposta emocional também conta — tomar um gol e virar fora da “zona de conforto” fortalece a convicção do grupo.
A Irlanda do Norte, por sua vez, sai com frustração pelo resultado, mas com sinais positivos. O gol de Isaac Price não foi só bonito; mostrou confiança para arriscar contra um tetracampeão mundial. A competitividade da equipe permaneceu alta até começar a faltar perna. Em casa, com o apoio da torcida e um plano de jogo semelhante, ainda pode tirar pontos de rivais diretos.
No recorte maior, cada ponto importa por causa do formato europeu de classificação. Os líderes dos grupos avançam direto, e os segundos colocados seguem para os playoffs, que cruzam as seleções com desempenho na Liga das Nações. Ou seja, tropeços contra adversários teoricamente mais fracos complicam a vida de qualquer candidato — e a Alemanha sabe disso de sobra.
O que a seleção alemã precisa ajustar? A vulnerabilidade a transições rápidas apareceu de novo, principalmente quando perde a primeira disputa no meio. Em bolas paradas defensivas, a concentração precisa ser constante — a Irlanda do Norte testou a área com frequência. No ataque, o time foi mais incisivo na etapa final, mas pode acelerar a definição para não depender tanto de volume.
Individualmente, Florian Wirtz confirmou o momento. Mobilidade, leitura entrelinhas e presença na área quando a jogada pedia. Foi peça-chave para mudar a temperatura do jogo. Ao redor dele, o setor ofensivo funcionou melhor quando aproximou um segundo homem por dentro para tabelas curtas e quando os laterais apareceram como opção de passe aberto, puxando a marcação.
O recado da noite é simples: a Alemanha ainda não está pronta, mas está no caminho. Ganhou tempo, confiança e, principalmente, fôlego na briga pela vaga direta. A Eslováquia larga bem e obriga perseguição sem vacilos. A Irlanda do Norte mostrou que não será figurante. Com a maratona das Eliminatórias à vista, quem transformar ajustes em rotina vai ditar o ritmo do grupo.
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