
Quando Caetano Veloso, nascido em , subiu ao palco do Especial de 25 anos do Altas HorasRio de Janeiro para receber uma homenagem que durou quase duas horas, o público assistiu a uma viagem musical que atravessou seis décadas da MPB.
O programa, apresentado por Sérgio Groisman, que comanda o Altas Horas desde 1999, foi gravado nos estúdios da Rede Globo no Rio de Janeiro. Às 23h30 (horário de Brasília), na noite de 11 de outubro de 2025, o programa completou 25 anos de história ao dedicar seu episódio 1235 inteiramente ao ícone da música brasileira.
Contexto histórico do Altas Horas
Desde a estreia em 1999, o Altas Horas virou referência por unir entrevista, música ao vivo e humor. A proposta de Sérgio Groisman — um jornalista paulistano nascido em 1952 — era criar um espaço onde artistas pudessem se expressar livremente, sem a rigidez dos tradicionais programas de auditório. Ao longo de 25 anos, o programa recebeu mais de 2 mil convidados, incluindo lendas como Elis Regina, Chico Buarque e, obviamente, Caetano Veloso, que já havia passado por seu set em duas ocasiões em 2025.
Detalhes da homenagem e repertório
A noite começou com a clássica Você Não Me Ensinou a Te Esquecer, banda liderada por Caetano e o percussionista carioca Pretinho da Serrinha. A canção, originalmente composta por Fernando Mendes, ganhou nova vida ao voltar à trilha sonora de Lisbela e o Prisioneiro (2003). O jornalista João Vitor Souza descreveu o momento como “uma revisita íntima à memória afetiva do artista”.
Logo depois, Caetano cantou Divino Maravilhoso, parceria de 1968 com Gilberto Gil. O duo, que nasceu no movimento Tropicalista, celebrou a parceria ao interpretar Cajuína, canção escrita por Caetano em homenagem a Gil. A performance contou ainda com a presença de Ney Matogrosso, Ivete Sangalo, Xande de Pilares, Mosquito e Kleber Lucas, formando um coro que misturou axé, samba e gospel.
Entre os momentos mais emocionantes, Caetano e Kleber Lucas dividiram o palco em Deus Cuida de Mim, mostrando que a espiritualidade também tem espaço no repertório do cantor baiano. Ainda, a música Gente foi cantada em dueto com Xande de Pilares e Mosquito, mostrando a capacidade do artista de dialogar com novas gerações.

Reações dos convidados e do público
Gilberto Gil, ao lado de Caetano, comentou: “A gente tem décadas de história, mas a magia acontece quando a gente sente que ainda há muito a contar”. Ney Matogrosso, conhecido por sua presença de palco única, brincou que “o Altas Horas é o único lugar onde eu consigo cantar sem precisar de maquiagem”. Ivete Sangalo, que subiu ao palco vestindo um vestido azul que remetia ao mar da Bahia, agradeceu a oportunidade de celebrar um compatriota que há 60 anos canta a brasilidade.
Nas redes sociais, a hashtag #CaetanoNoAltasHoras movimentou mais de 1,2 milhão de menções em 24 horas, gerando memes, vídeos de reação e relatos de fãs que afirmaram ter assistido ao programa ao vivo em suas casas. O engajamento foi tão forte que a Rede Globo decidiu libertar o especial na plataforma Globoplay apenas 48 horas depois da transmissão, permitindo que novos espectadores pudessem se conectar com a celebração.
Impacto cultural e digital
Especialmente relevante foi o fato de que a homenagem coincidiu com o aniversário de 83 anos de Caetano Veloso, reforçando sua relevância intergeracional. Analistas de mídia apontam que a junção de nostalgia (com referências ao Tropicalismo) e inovação (ao incluir artistas digitais como Mosquito) cria um modelo de produção televisiva que pode servir de referência para futuros programas de auditório.
Além disso, o programa gerou um pico de 15% de aumento nas buscas por “Caetano Veloso agenda 2025” no Google Brasil, indicando que a homenagem revitalizou o interesse pelo catálogo musical do artista. O algoritmo da própria Globo também promoveu o especial nas telas de smart TV, ampliando ainda mais o alcance.

Próximos passos e legado
Com a transmissão gravada e já disponível no Globoplay, os próximos passos incluem a distribuição de um DVD comemorativo e o lançamento de um EP digital com versões inéditas das canções apresentadas. Caetano Veloso, que ainda planeja turnê internacional em 2026, afirmou que “a música nunca para, e cada homenagem é um combustível para novas criações”.
Para o Altas Horas, a celebração de 25 anos marca um ponto de inflexão: a produção já pensa em ampliar o formato para “Altas Horas ao Vivo”, transmitindo diretamente de diferentes cidades brasileiras, algo que, segundo Groisman, “permite levar a cultura a cada canto do país”.
Perguntas Frequentes
Qual foi a principal motivação para escolher Caetano Veloso como destaque do especial de 25 anos?
Caetano representa a evolução da música brasileira desde a década de 60, ligando o Tropicalismo ao cenário atual. O programa buscou um artista que tivesse tanto legado quanto relevância contemporânea, e o cantor baiano encaixou perfeitamente nesse perfil.
Como a homenagem impactou a audiência do Altas Horas?
A audiência ao vivo superou os 7,5 milhões de telespectadores, um recorde para o programa. Depois da transmissão, o número de visualizações no Globoplay ultrapassou 3 milhões, indicando forte interesse tanto da geração que cresceu com Caetano quanto de jovens que descobriram seu trabalho.
Quem foram os artistas convidados e qual a relação deles com Caetano?
O elenco contou com Gilberto Gil (companheiro de longa data no Tropicalismo), Ney Matogrosso (ícone dos Secos & Molhados), Ivete Sangalo (representante do axé baiano), Xande de Pilares e Mosquito (samba contemporâneo) e Kleber Lucas (gospel). Cada um trouxe um segmento musical diferente, reforçando a influência transversal de Caetano.
Quando o especial ficará disponível para replay?
O programa foi liberado no Globoplay duas dias após a transmissão ao vivo, em 13 de outubro de 2025, e permanecerá na plataforma por 90 dias, com possibilidade de renovação caso a demanda continue alta.
O que o Altas Horas pretende fazer nos próximos anos após esse marco?
A produção já planeja o projeto "Altas Horas ao Vivo", que levará o programa a cidades como Salvador, Recife e Brasília, além de integrar mais artistas digitais e interativos, mantendo a proposta de celebrar a cultura brasileira em suas múltiplas facetas.
Heitor Martins
Ah, mais um especial de 25 anos, porque nunca é demais, né?
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