
Carlos Alcaraz desiste de Madri por lesão e preocupa antes de Roland Garros
O que parecia ser apenas mais um capítulo vitorioso para Carlos Alcaraz na temporada europeia de saibro virou tormenta. O espanhol, número 3 do mundo, confirmou sua saída do Madrid Open de 2025 depois de sofrer duplo revés físico—uma distensão no adutor direito durante a final do ATP 500 de Barcelona contra Holger Rune, e, nos dias seguintes, incômodo muscular na coxa esquerda detectado em avaliações médicas. Aos 21 anos, Alcaraz viu, de repente, seu planejamento para Roland Garros ameaçado.
O cenário se complicou rápido. Alcaraz vinha em uma maratona, somando dez partidas em duas semanas entre o Masters de Monte Carlo, onde foi campeão, e Barcelona, onde teve rendimento elevado até a derrota para Rune por 7-6(6), 6-2. Ele sentiu os efeitos: “Tomamos a decisão de não arriscar, de não piorar a situação para meu futuro e de ouvir meu corpo”, explicou em coletiva em Madri, no dia 24 de abril, visivelmente abatido. A expectativa era estrear no torneio madrilenho já no dia 26, mas a equipe optou pela cautela, cancelando treinos e apostando no repouso.
A ausência pesa. Alcaraz é bicampeão em Madri (2022 e 2023) e, com a desistência, o torneio perde um protagonista em pleno auge. Não é só o evento espanhol que sofre: o Masters 1000 de Roma também encara incertezas sobre sua participação, já que o planejamento do tenista agora gira em torno da reabilitação e da meta maior—defender o título no saibro parisiense. Desde que foi campeão em Paris, a expectativa sobre Alcaraz só aumentou, e qualquer obstáculo físico ganha peso de notícia global.

Calendário ameaçado e impacto para o tênis europeu
Chama atenção o fato de ser a segunda vez consecutiva que Alcaraz abandona Madri por lesão. Em 2024, ele já havia ficado de fora por problema semelhante, uma lesão muscular na coxa. Isso levanta discussões sobre o calendário apertado do circuito, especialmente para jovens talentos expostos à pressão de competir em alto nível semana após semana. Para o fã espanhol, o impacto é frustrante: mais uma vez, o grande nome local fica de fora de seu principal torneio em casa.
Além da decepção do público, a ausência de Alcaraz reconfigura a chave, abrindo caminho para rivais — Novak Djokovic, por exemplo, deve se beneficiar da retirada do espanhol justamente de sua metade do sorteio em Madri. Por outro lado, acende um alerta para a equipe de Alcaraz, liderada pelo experiente técnico Juan Carlos Ferrero, que agora trabalha intensamente para evitar qualquer recaída antes do Grand Slam francês. O próprio jogador, que ganhou notoriedade pela intensidade nos pontos e físico privilegiado, mostra outra faceta: a necessidade de saber a hora de parar.
Apesar do momento delicado, há confiança nos bastidores de que Alcaraz retornará inteiro em Paris, respeitando prazos de repouso e reabilitação individualizada. Mas a temporada europeia de saibro, que começa quente e promissora, já foi sacudida. Os próximos dias devem trazer mais clareza sobre a real condição física do espanhol e o quanto essas lesões podem alterar os rumos do tênis mundial neste primeiro semestre de 2025.
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