
Maria Beltrão, renomada jornalista da Globo, está no epicentro de uma nova controvérsia após ser anunciada como a apresentadora da transmissão do Oscar 2025 pela emissora. O evento, programado para acontecer em 2 de março de 2025, trouxe à tona questões históricas e políticas relacionadas à família de Maria. A escolha da jornalista provocou reações mistas nas redes sociais, destacando divisões claras entre admiradores e críticos.
A raiz da polêmica remonta ao passado político do pai de Maria, Hélio Beltrão, que serviu como ministro durante o período da ditadura militar no Brasil e foi signatário do controverso Ato Institucional nº 5 (AI-5). Este decreto é particularmente lembrado por ter limitado severamente os direitos civis, estabelecendo censura e permitindo perseguições políticas.
A situação se intensificou com a presença do filme brasileiro Ainda Estou Aqui nas indicações do Oscar. A obra, dirigida por Walter Salles e com Fernanda Torres no elenco, compete em três categorias, incluindo Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz. O filme narra a luta de Eunice Paiva, cujo marido, o deputado Rubens Paiva, foi uma das vítimas do regime militar. A história, profundamente ligada ao contexto da ditadura, amplificou as vozes daqueles que veem a escolha de Maria Beltrão como uma afronta, dado o legado de seu pai.
Nas redes sociais, muitas críticas foram dirigidas à Globo, questionando a decisão de colocar Maria Beltrão na pele de apresentadora, enquanto outros destacaram que a competência e trajetória profissional da jornalista não deveriam ser eclipsadas por sua origem familiar. Entre os que a defendem, há quem sublinhe que é injusto responsabilizar Maria pelas ações políticas do passado do seu pai.
Outro fator que adiciona camadas ao debate é a associação de seu irmão, Hélio Coutinho Beltrão, com o Instituto Mises, conhecido por suas inclinações libertárias e de direita. Este vínculo tem sido usado tanto para apoiar quanto para criticar a família Beltrão.
A Globo, após suspender a transmissão do Oscar nos anos de 2023 e 2024, decidiu retomar a cobertura, aparentemente estimulada pelo destaque do filme brasileiro na premiação. No entanto, a emissora optou por não se manifestar abertamente sobre a escolha de Maria, preferindo manter um silêncio que só fez aumentar a curiosidade e especulação.
Com a aproximação da cerimônia, resta saber se a atenção continuará voltada para Maria Beltrão ou se o foco se deslocará para as obras e performances que prometem marcar a noite de premiação.
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